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Equador confirma ter concedido cidadania a Julian Assange

“Não é a questão de enfrentar a Justiça britânica. São temores fundados que temos sobre possíveis riscos à vida e à integridade do cidadão Assange”, disse a chanceler equatoriana.
por Pedro Marin | Revista Opera
“Não atire no mensageiro”: manifestação diante da prefeitura de Sydney, em apoio a Julian Assange, 10 de dezembro de 2010. (Foto: Elekhh / WikiCommons)

A chanceler do Equador, María Fernanda Espinosa, confirmou nesta quinta-feira (11) ter concedido direito à cidadania ao criador do Wikileaks, Julian Assange, asilado na embaixada do país no Reino Unido desde junho de 2012.

“O que a naturalização faz é dar mais proteção ao asilado e não altera, de modo algum, mas fortalece sua condição de pessoa internacionalmente protegida”, declarou a ministra, que ressaltou, no entanto, que o movimento não garante a liberdade de Assange. “A ordem que temos e a obrigação internacional e nacional é cuidar e proteger a integridade de Julian Assange e seus direitos. Enquanto essas condições não forem dadas, nós dificilmente poderemos pensar em uma saída do asilado dos escritórios da Embaixada do Equador em Londres”, disse.

A chanceler estabeleceu ainda que o problema de Assange “não é a questão de enfrentar a Justiça britânica. São temores fundados que temos sobre possíveis riscos à vida e à integridade do cidadão Assange, não necessariamente do Reino Unido, mas por parte, possivelmente, de outros Estados.”

A manifestação da chanceler se opõe a uma declaração anterior do porta-voz do Escritório de Relações Exteriores do Reino Unido, feita em 12 de dezembro, de acordo com a qual “O Equador sabe que a única maneira de resolver essa questão é Julian Assange deixar a embaixada e enfrentar a justiça.” Na ocasião, o Escritório negou status diplomático ao fundador do Wikileaks.

O jornalista era requerido desde 2010 pela Suécia, por acusações de abuso sexual, que ele nega. Em maio do ano passado, o país arquivou o processo, por não poder avançar na investigação. Assange acredita que, se deixar a embaixada equatoriana, pode ser detido e deportado aos Estados Unidos, e julgado pela divulgação de milhares de informações confidenciais do governo estado-unidense no Wikileaks.

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