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Estados Unidos atacam forças da Síria

Os ataques realizados pela coalizão norte-americana em Deir ez-Zor, na Síria, deixaram ao menos 100 soldados sírios mortos.
por André Ortega | Revista Opera
(Foto: SSG Bertha A. Flores / defenseimagery.mil)

A coalizão liderada pelos Estados Unidos conduziu ataques aéreos e de artilharia contra forças Sírias em Deir ez-Zor, deixando pelo menos 100 mortos. Na região as forças da coalizão norte-americana controlam os campos de petróleo de Khusham, anteriormente dominados pelo grupo Estado Islâmico.

O comando americano diz que se trata de uma resposta defensiva a um “ataque coordenado” contra um “estabelecido quartel de comando” das Forças Democráticas Sírias (SDF; grupo apoiado pelos Estados Unidos), onde estavam “conselheiros” estrangeiros. O ataque viria de forças “pró-regime” que engajaram “forças da SDF e da Coalizão”. Não houveram mortos no lado da coalizão.

A Agência Síria-Arábe de Notícias SANA News reportou o acontecimento como um ataque contra “forças populares” que lutam contra o grupo ISIS/Estado Islâmico e insurgentes relacionados no interior de Deir ez-Zor.

Os Estados Unidos contam com pelo menos 2000 militares em território sírio para orientar cerca de 50 mil soldados das “Forças Democráticas Sírias”, assim nomeadas para encobrir a composição majoritariamente curda e não-árabe destas milícias, cujo avanço em certas regiões como Deir ez-Zor trás consigo tensões étnicas.

As SDF constitui um guarda-chuva articulado pelos Estados Unidos no final do governo Obama. O nome “sírio” foi pensado A estratégia seria de garantir alguma contrapartida no teatro de guerra sírio depois da derrota dos rebeldes que lutavam contra Bashar Al-Assad. Apesar de acusações de limpeza étnica, os Estados Unidos contam que seu apoio e patrocínio pode atrair gradualmente grupos árabes as forças, no entanto a maioria curda tem dificultado essas intenções.

O discurso dominante destas forças curdas é o de uma “revolução democrática e autônoma”, evitando uma postura abertamente confrontativa com o Estado sírio. A narrativa oficial síria fala em balcanização imperialista e de divisão do povo sírio.

O chanceler russo Lavrov declarou recentemente em Sochi que os Estados Unidos manifestam a intenção de manter a Síria dividida através dessas forças e assim encaminhar uma mudança de regime em Damasco.

Com a morte de pelo menos 100 sírios, este dia é o mais letal no país desde o início de 2018. O dia de hoje também é marcado pelo avanço de tropas sírias contra bolsões do Estado Islâmico no interior de Hama.

Os acontecimentos foram no nordeste de Deir ez-Zor, entre as vilas de al-Tabyia e Khsham. A retomada de Deir ez-Zor foi dominada pelas tropas sírias e gerou polêmicas com o avanço de tropas curdas, não só pela questão étnica mas pelo o que seria um oportunismo da coalizão de não fazer grandes esforços porém ocupar pontos chave da região tão logo quanto possível.

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