Pesquisar
, ,

Cuba condena agressão contra Síria

O governo da República de Cuba emitiu uma declaração condenando os ataques realizados contra a Síria pelos Estados Unidos, Inglaterra e França. “Os Estados Unidos atacam a Síria sem demonstrar a utilização de armas químicas por parte do governo…”
“Os Estados Unidos atacam a Síria sem demonstrar a utilização de armas químicas por parte do governo desse país e apesar da Secretaria Técnica da Organização para a Proibição das Armas Químicas”

O governo da República de Cuba emitiu uma declaração condenando os ataques realizados contra a Síria pelos Estados Unidos, Inglaterra e França.

Estes países acusam o governo sírio de ter usado armas químicas contra civis em Douma. Apesar da controvérsia envolvendo as acusações, Donald Trump e outros representantes estatais chamam o ataque de retaliação. Os mísseis seriam dirigidos especialmente contra supostas instalações de guerra química.

O Ministro do Exterior da França, Jean-Yves Le Drien, foi especialmente enfático no discurso de “ataque proporcional e limitado a instalações químicas”. No entanto, fontes árabes falam de alvos diversos.

A infraestrutura científica foi um dos alvos.

Diplomatas da Federação Russa responderam que o ataque liderado pelos Estados Unidos  “não será livre de consequências”. A Rússia questiona a narrativa do ataque químico e apoia o governo sírio.

O Ministério da Defesa Russo em Fevereiro reforçava seus avisos de que terroristas na Síria estariam preparando uma provocação com armas químicas, na intenção de atrair uma intervenção internacional.

A declaração do governo cubano condena o ataque conjunto como uma agressão que viola as leis internacionais. Cuba também enfatizou sua oposição ao uso de armas químicas em qualquer circunstância por qualquer ator.

Manifestando solidariedade ao povo e governo sírios, a nota cubana também lembra que já estava definida uma equipe técnica da Organização para a Proibição das Armas Químicas para investigar os acontecimentos em Douma, sugerindo indiretamente que os Estados Unidos sabotam a investigação.

A Síria já havia se submetido ao escrutínio internacional em 2013, entregando seu arsenal de armas químicas em 2014.

Segue a declaração completa do governo cubano:

DECLARAÇÃO DO GOVERNO REVOLUCIONÁRIO

O Governo Revolucionário da República de Cuba expressa sua mais enérgica condenação pelo novo ataque perpetrado pelos Estados Unidos e alguns de seus aliados, na noite deste 13 de abril contra instalações militares e civis na República Árabe Síria, utilizando como pretexto o suposto emprego de armas químicas contra civis pelo Governo sírio.

Esta ação unilateral, a margem do Conselho de Segurança das Nações Unidas, constituí uma flagrante violação dos princípios do Direito Internacional e da Carta dessa organização, um atropelo contra um Estado soberano, que agudiza o conflito no país e na região.

Os Estados Unidos atacam a Síria sem demonstrar a utilização de armas químicas por parte do governo desse país e apesar da Secretaria Técnica da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), essa que já informou que despachará em breve uma equipe da da Missão de Investigação de Atos para inspecionar de imediato a localidade de Douma, conforme solicitado pela Síria e pela Rússia.

Cuba, signatária original e Estado parte da Convenção sobre Armas Químicas, rechaça firmemente o emprego dessas armas e outras de extermínio em massa, por qualquer ator e em qualquer circunstância.

O Governo Revolucionário expressa sua solidariedade com o povo e o governo sírios pelas vidas perdidas e danos materiais, como consequência deste ataque atroz.

La Habana 13 de abril de 2018

Continue lendo

coreia
Eleições na Coreia do Sul: o partido da oposição triunfa e o presidente Yoon enfrenta desafios diplomáticos e internos
africa do sul
África do Sul: política de fronteiras
gaza bebe
Gaza: o terror da gestação, do parto e da maternidade em uma terra devastada

Leia também

palestina_al_aqsa
Guerra e religião: a influência das profecias judaicas e islâmicas no conflito Israel-Palestina
rsz_jones-manoel
Jones Manoel: “é um absurdo falar de política sem falar de violência”
Palmares
A República de Palmares e a disputa pelos rumos da nacionalidade brasileira
Acampamento de manifestantes pedem intervenção militar
Mourão, o Partido Fardado e o novo totem [parte I]
pera-9
A música dos Panteras Negras
illmatic
‘Illmatic’, guetos urbanos e a Nova York compartimentada
democracia inabalada
Na ‘democracia inabalada’ todos temem os generais
golpe bolsonaro militares
O golpe não marchou por covardia dos golpistas
colono israel
Os escudos humanos de Israel